domingo, 28 de fevereiro de 2010

MELHOR ATOR

Se olharmos friamente as indicações de melhor ator, podemos concluir que esse não é o ano de nenhuma atuação grandiosa, daquela de ficarmos certos de uma vitória ou até mesmo de uma indicação. Só que, há uma valorização diferente nos atores desse ano: A valorização das pequenas personagens. A não ser Morgan Freeman, que interpreta Mandela, as demais personagens são ficcionais, e possuem conflitos muito particulares, próximos da realidade caótica presente em nossa sociedade. Confesso que essas personagens triviais e suas excelentes interpretações são as minhas favoritas, e mais, acredito serem mais complexas que àquelas baseadas em personagens reais. Sempre nos encantamos com esse tipo de atuaçãoe achamos que são os melhores. O exemplo desse ano é perfeito: Freeman está incrível como o líder sul-africano, mas Bridges exalta o homem comum com Bad Blake em Coração Louco. Cheio de defeitos, imperfeições e decadente como o indivíduo atual, o ator mais do que favorito para levar a estatueta, aponta que esses são os homens que somos, que vivemos e que muitas vezes amamos, mesmo que tenhamos raiva deles em certos momentos. Assim também são o cada vez mais talentosos George Clooney, simplesmente em sua melhor atuação por Amor Sem Escalas, como um homem solitário optando pela solidão do que pela complicação do amor moderno, e Colin Firth, como o homem perdido em si mesmo em O Direito de Amar. Renner completa essa lista relacionando esse modelo de ser humano perdido no terror objetivo da guerra. Na verdade, o próprio Morgan Freeman transparece um Mandela esperançoso numa humanidade massacrada de um povo deseperançoso de paz. Talvez essa não seja uma lista vistosa, mas é de longe a mais humana.

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